sábado, 31 de outubro de 2015

A religião não sabe fazer outra coisa: proibir e bitolar pessoas - Haloween vs Reforma


Já perdi a conta das inúmeras advertências que abarrotam as redes sociais acerca do perigo por trás da celebração do Halloween. Segundo alguns, isto abriria uma brecha para a entrada de demônios em nossos lares.

Deixando de lado as teorias mirabolantes que demonizam a festa, o que, de fato, significa tal celebração?

Para começo de conversa, "Halloween" é simplesmente uma contração de All Hallows 'Eve (Véspera de Todos os Santos). A palavra "Hallow" significa "santo", ("Hallowed Be Thy Name" = "Santificado seja o Teu Nome"). O Dia de Todos os Santos é comemorado em primeiro de novembro. É a celebração da vitória dos santos em união com Cristo. A observância de várias celebrações de Todos os Santos surgiu no ano 300, e estes foram unidos e fixados em primeiro de novembro, 700 anos depois. 

A origem do Dia de Todos os Santos (01/11) e de Véspera de Todos os Santos (Halloween) – que não se sabe a origem da data – no Mediterrâneo não tem nada a ver com o druidismo celta ou com a luta da Igreja contra o druidismo, de onde viriam as tais bruxas (presume-se que não houve sequer qualquer coisa como druidismo, que na verdade seria um mito inventado no século 19 por neo-pagãos).

Na Primeira Aliança, a guerra entre o povo de Deus e os inimigos de Deus foi travada no plano humano contra os egípcios, assírios, etc. Com o advento da Nova Aliança, no entanto, a nossa batalha principal é contra os principados e potestades, contra anjos caídos e demônios que cativam os corações e as mentes dos homens na ignorância e no medo. Estamos certos de que através da oração, fé, e obediência, os santos de todas as eras hão de ser vitoriosos em sua luta contra essas forças demoníacas. O Espírito nos assegura: "O Deus de paz esmagará Satanás debaixo dos vossos pés em breve" (Romanos 16:20).

Nos Estados Unidos, maior nação protestante do mundo, muitos cristãos celebram sem qualquer culpa, de forma natural. As próprias igrejas usam seus estacionamentos para venderem abóboras que são usadas durante a celebração.

Quanto à celebração desta festa em solo brasileiro, não vejo com maus olhos, mas também não acho que seja necessário importar mais uma festa estrangeira, tendo em vista nossa riqueza cultural. Sem contar que para nós, protestantes, há uma celebração muito mais importante que não pode ser ofuscada por qualquer festa popular.

A propósito, por ironia histórica, Halloween e o Dia da Reforma protestante se comemora no mesmo dia. Então Feliz Dia da Reforma!

A Reforma Protestante deve ser celebrada como uma vitória de todos os santos, tanto daquela era, quanto da nossa. Muitos acham que o Halloween nos fazem esquecer do Dia da Reforma, o que não é verdade, apenas queremos mostrar que não tem nada a ver a inocente festa vista com pagã e demoníaca.

Tudo é vosso, e vós de Cristo, e Cristo de Deus!” Esse versículos já cessa qualquer argumento! Aleluia! Tudo é nosso!!!

O desserviço que alguns irmãos prestam quando trazem para a igreja essas esquisitices e proibições, é simplesmente incomensurável. Faz anos e anos que vejo as coisas se repetirem mudando apenas os “motivos” e “temas”.

No passado já se fez caça às bruxas, à televisão, ao rádio, a bateria musical, ao órgão por ser tocado em bordéis, ao acarajé, ao molho pardo, e a todas as festas juninas... Depois veio a onda do disco rodado ao contrário, e em cuja ação se julgava poder ouvir... aqui e ali... algumas cacofonias que diziam reproduzir sons que se assemelhavam ao som de “diabo”, “satã”, ou coisas do gênero. A seguir veio a onda anti Nova Era, e que foi patrocinada justamente por pessoas que sem saber praticavam coisas no mesmo espírito da Nova Era, dentro da “igreja”, conforme inúmeras vezes adverti no final da década de 80 e início dos anos 90. Ora, foram esses mesmos os que também patrocinaram a onda dos “dentes de ouro” — que acabaram sem dar explicação —, e que são os mesmos que hoje bancam a Teologia da Prosperidade, a judaização da igreja (bandeira de Israel e coisas judaizantes dentro das igrejas), que marcaram a data da volta de Jesus, que se auto-ungiram apóstolos, e que deixaram a “igreja” neste estado de calamidade que hoje se vê. Até a Disney veio aí nesse bojo, e também trouxe consigo toda essa aflição anti-gay que existe na “igreja” hoje; visto que não só diziam que o dinheiro da Disney era para ajudar o “satanismo”, mas também a causa gay. Ora, até o Rei Leão diziam que andava de modo requebrado, como uma bichinha.

Entenda que esse povo evangélico maluco deixaram de lado as outras coisas que antes denunciavam, se essas mesmas coisas continuam vigentes. Ora, se foram satânicas algum dia, teriam que ser satânicas sempre. Por que deixaram de ser faladas? O que fez com que fossem esquecidas? E se eram más, por que já não fazem parte do repertório de malignidades da “igreja”?

Essas pessoas, elas mesmas, já estão “em outra”; sempre inventando novidades, e sempre as abandonando ao esquecimento quando a “onda de interesse” passa.

Em I Timóteo Paulo diz que “essas são questões insensatas, e que nada trazem de bom, mas provocam a subversão dos ouvintes”. Esse é o mal da RELIGIÃO. O cristianismo, como religião, era patético”.

Sugiro a todos que abram o Evangelho e perceba como Jesus tratou as pessoas, e como Ele nunca teve medo de se contaminar com nada, e nem ensinou aos Seus discípulos nada que parecesse com tais fixações e neuroses, como hoje faz a “igreja”.

Jesus entrou em cemitério, conversou com criadores de porcos, e foi declarado Filho de Deus pela boca de Pedro quando estavam a caminho de uma das mais pagãs cidades de Israel: a Cesaréia de Filipe, no pé do monte Hernom.

Note que as companhias de Jesus não se assemelhavam às boas companhias recomendadas pela “igreja”. Também os religiosos dos dias de Jesus o chamaram de glutão, bebedor de vinho, amigo de pecadores, samaritano possesso, endemonhinhado, embusteiro, e suicida...etc. Ou seja: a religião não sabe fazer outra coisa! E mais: temos a proteção total no amor e na Graça de Deus, e que quem está em Cristo está guardado. Afinal, Ele mesmo disse: “Pai, não peço que os tires do mundo, mas que os guarde do mal”. E o mal “não é o que entra pela boca ou pelos olhos, mas o que sai do coração’. Leia para ela I Coríntios 6, onde Paulo diz que “se fossemos viver com tais neuroses teríamos que sair do mundo”; e não foi para isto que fomos chamados. Ao contrário, nossa vocação é para sermos “sal da terra e luz do mundo”, e não um grupo de fanáticos buscando enxergar o diabo em tudo na vida.

Aprenda que amar a Jesus não tem nada a ver com fanatismo, e que o que nos ensinaram não só é fanatismo, como também adoece a mente. O que me dá raiva é ver o mal que a “igreja” pode fazer à mente de muitas pessoas — da maioria, eu diria. Leia I Coríntios 8, e entenda que “o ídolo nada é no mundo, exceto para aquele que o considera alguma coisa. Do contrário, o ídolo é apenas nada... e só se torna alguma coisa para seres de cabeça fraca e supersticiosos.”

Precisamos saber que “o mundo-sistema jaz no maligno”, e não somente a Disney e o HALLOWEEN.

A doença está nos olhos de quem vê. Para os evangélicos, Deus vê uma criança vestida de caveirinha e fica furioso, Ele se irrita profundamente nesta dada, não aprenderam a tomar posse da soberania de Cristo em que “tudo é vosso, vós de Cristo e Cristo de Deus", que “tudo é puro para os puros, e nada é puro para os infiéis e impuros”, e “todo alimento recebido com ações de graças é santificado”...

As coisas ruins não veem com máscaras de fantasias, vem com aquilo que é mal de dentro. Vergonhoso é esse boicote que se faz dessa festa inofensiva. O diabo faz careta é com a cara de vocês e não com essa brincadeira.

Ninguém na festa do Halloween está pensando no diabo – longe disse, nem imaginam nisso –, mas só em curtição sadia. As únicas pessoas no Evangelho a quem Jesus chamou diretamente de “filhos do diabo” não estavam vestidas de “Dia das Bruxas”, mas de fariseu (Jo 8). Literalmente, não é a roupa que faz o homem, mas o homem quem faz a roupa. A gente veste aos olhos de Deus aquilo que veste o nosso coração.

Agora imagina Deus o Eterno, angustiado porque seus filhos estão vestindo roupinhas engraçadas, esqueletinhos, indo para as ruas brincar apertando campainhas e perguntando: uma gorjeta, uma doçura ou uma travessura? Aí, Deus no céu diz: “É... o diabo está solto!”

Bobinhos(as)!!!

Fique Nele, em Quem “todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém”; diz Paulo

Hermes C. Fernandes, Caio Fábio e Adaptações Minhas