Não
ia entrar nesse assunto, mas confesso que a exacerbação do debate cada vez mais
presente na sociedade em relação a "causa" gay tem me
incomodado. O que incomoda não é o assunto em si, mas como ele tem sido
colocado. De um lado ativistas chamados homofóbicos com suas manjadas e
desgastadas bandeiras em prol da "família", tentando se meter onde
não são chamados.
Afinal, o que é que um tem a ver com a opção sexual do outro?
"Amamos
os gays, somos contra a práticas" dizem os "mala felicianos"
da vida, em tom hipócrita e dissimulado. Fazem passeatas, fomentam discussões,
caçam bruxas onde não há, inclusive chegando ao absurdo de cogitar a criação do
dia do orgulho hétero. Palhaçada total.
Na mesma plataforma, porém em outro polo, os militantes gays, em nome da
inquestionável igualdade, direito de todos, transformam a mera opção sexual em
uma causa. Ora, opção sexual é escolha de
cada um, algo profundamente individual, portanto ninguém tem absolutamente nada
com isso.
Obviamente
existem discriminação contra gays assim como com negros, gordos, pobres, índios
e uma lista interminável de minorias que devem sim buscar seus direitos. Mas
esse é o ponto que me incomoda: respeito, bom senso, bom trato é direito de
todos. Sim, de todos.
Assim
como é um grande absurdo dizer que gays tem menos direitos por serem gays, na
mesma proporção é imperdoável propor o contrário, ou seja, que sua opção sexual
lhe torne diferente e, por conta da discriminação que existe, com mais
condições de se impor através da força, ou melhor, da lei.
Estamos todos
loucos ! A luta é outra, nossa defesa deve ser em favor de homens e mulheres e
nossa cruzada em favor da consciência, não de sexualidade, seja no pró ou no
contra. Exacerbações fazem mal, independente do polo.
Caminhamos para
uma sociedade cada vez mais sectária, separada por tribos rancorosas que se
acham no direito de sobrepor-se a outra.
É o cenário ideal
para Malafaias e Motts que, na minha opinião, são extremos na mesma plataforma.
No fim todos perdem. Em nome da igualdade, nos afastamos e criamos castas
sociais, sexuais, raciais e assim por diante, que acabam promovendo mais ódio,
mais violência, mais "defesas" e ataques, seja de que lado for.
Enquanto isso,
perdemos a chance de pregar a igualdade entre homens e mulheres que se entendem
e se aceitam, sabendo que nossas diferenças não devem nos separar, mas unir
para que nos completemos e cresçamos na consciência de que, no fim das contas,
só importa aquilo que somos por dentro.
O resto é só
aparência , causa de discórdia e disputas por poder.
Ganham os
religiosos que faturam em cima disso, ganham as ONGs gays que abocanham mais
espaços e consequentemente mais poder e perde toda a sociedade que sai manchada
pelo preconceito e pelo sentimento que, independente do que dizem, são donos da
razão.
Em que ponto dessa
caminhada você está?
Pense nisso