domingo, 20 de setembro de 2015

Eu consegui, estou conseguindo. E você, consegue sobreviver sem o Facebook? Duvido!


Em primeiro lugar, não quero com esse texto convencê-los de que é preciso deixar o seu Facebook, quero apenas contar minha percepção e conclusão que tive ao longo do tempo.

De fato, eu não estava passando por um bom momento em minha vida, o afastamento desta ferramenta chamada Facebook, me veio como mais do que necessário, coisa de sobrevivência memo, algo que eu já havia ensaiado outras vezes mais sem sucesso. Enfim, a decisão veio, e, de forma tão visceral, que não senti até o momento, desejo de reabilitar meu perfil.

Mas o que veio após isso? Uma meia dúzia de amigos no meio de centenas que havia - e ainda existem os que têm mais ou quase 100 (não sei como isso) - não me achando, acabaram me escrevendo por e-mail, SMS e a maioria por WhatsApp. Algumas pessoas tem me perguntado por que saí do Facebook. Perguntam elas: você sumiu, está bem? Está acontecendo alguma coisa? Ora, como se sair do Facebook significa dizer que estou mal. Isso já demonstra o nível adoecedor e viciante que a ferramenta oferece aos usuários.

Em meio aos pós e contras, preferi ficar sem o Facebook, e, confesso que o mundo é mais solitário pós esse vício tomar conta de sua vida, mas também a tornou mais concreta. Quando digo solitário é a forma simbólica construída de centenas de "amigos" que eu conhecia e que antes me servia apenas como 'tema de reflexão' pelas coisas que postavam, e, agora não passavam de efêmeros "amigos", apenas uma pequena parcela deles continuaram sendo amigos como se deve ser: amizade pessoal, o resto são crias da virtualidade.

A ideia por de trás do Facebook é genial, fascinante, ela conecta pessoas, elimina fronteiras, mas, neste bojo, ela também consegue ao mesmo tempo desconectar amizades com apenas um clique, incitar intrigas e fazerem pessoas perderem a essência.

Existe dentro do Facebook uma guerrinha subjetiva de Inveja e Disputa como nuca visto em nenhum outro veículo de comunicação e rede social. Facebook - não na mente de todos - é o casamento de três grandes poderes: Dinheiro, Poder e Sexo, estes são uma tríade inseparável. Quanto mais dinheiro pra se expor, mais poder e quanto mais poder, por conseguinte, o sexo chega como fruto desse “matrimônio”. Dinheiro e poder chamam sexo.

O nível de bisbilhotamento que o Facebook oferece e impõe aos seus usuários, é algo atraente, aliás, o ser humano gosta de saber do outro. As pessoas adoram saber da sua vida e você, como um bobo(a), escorrega direitinho na casca da banana. Dou sim, crédito a aqueles perfis que se tem o mínimo do fotos possíveis, bloqueadas e que o usuário fez sua última postagem a meses atrás. Esse, pelo menos apenas usa quando lembra que tem conta, pra esse o Facebook não é “comida e nem bebida”.

O mundo virtual faz você – voluntária ou involuntariamente – reproduzir seu mundo real pra dentro dele pro desejo e alegria da "galera" e por aplausos dos demais. “Se for casado”, o status deve ser “de casado” - não que não deva ser assim - mas a confecção virtual/real é enorme e sutilmente obrigatório.

A forma tão sutil que o Facebook impõe, por exemplo, eu diversas vezes deixava o Facebook aberto enquanto trabalhava, dando sempre aquela fugidinha pra dá uma olhada. Daí surgia à vontade de debater com postagens de terceiros que pra mim não fazia sentido, ou quando vinham discordar com o que eu postava; eram comentários e mais comentários, eu respondia, respondiam-me e esse círculo vicioso não parava. Enjoei, me desgastei e de nada adiantou!

Hoje, sinceramente, vivo como um ser normal que vive para o mundo real, não o virtual. Estou investindo meu tempo em boas e proveitosas leituras, escrevo pro meu site, gravo meus vídeos, estou vendo o tempo demorar mais a passar – o que não é prazeroso mas me mostra quão desconectado desse mundo eu estava –, tenho me irritado menos por não ler certas coisas e vê-las, tenho fortalecido relações mais concretas (pessoalmente) e importantes pra mim. Não descobri mais nenhuma fofoca, ‘se fulano casou’, ‘se divorciou’, ‘se fez aquela viajem dos sonhos’, ‘se morreu...’

Hoje meu mundo trabalha de forma menos fanatizada, antes me sentia na obrigação de olhar a todo momento pra saber se curtiram, comentaram, compartilharam minhas fotos ou frases, ou então, se pessoas fizeram as mesmas coisas. Passei a otimizar mais meu tempo e deixei a pressão de "atualizar minha timeline". O hábito de olhar o site estava tomando uma proporção tão grande que incomodava a minha e a outros a meu redor. Voltei, graças a Deus, a dar mais valor ao contato com pessoas amadas.

Sendo assim, Facebook não é pra mim, sou meio avesso, tenho um senso crítico acurado e isso me torna pra alguns, um ser azedo e enjoado, as vezes até insuportável. Alias, "duro é ouvir esse discurso" (falaram sobre as palavras de Jesus). Só sei que Facebook e eu não nascemos um pro outro, não falamos a mesma língua.

Facebook como é hoje, não serve pra mim, pode me ser útil daqui a um tempo no futuro, mas agora não.

Eu consegui, estou conseguindo. E você, consegue sobreviver sem o Facebook? Duvido!