Após o lançamento do livro, dezenas de pessoas que foram criadas por casais LGBT entraram em contato para compartilhar suas preocupações sobre o casamento e a paternidade homossexuais
Quando
se fala da regulamentação da união civil de casais homossexuais, logo se fala
também da possibilidade de adoção. Porém, as consequências da privação de uma
das duas figuras, a paterna ou a materna, é um tema ainda bem inexplorado e o
testemunho das pessoas criadas por casais homossexuais em outros países são
relativamente desconhecidos.
No
Canadá, Dawn Stefanowicz, publicou o livro Out From Under: The Impact of Homosexual Parenting
para contar a sua experiência. Segundo ela, após o lançamento do livro, em
2007, mais de cinquenta outros adultos que foram criados por casais LGBT
entraram em contato para dizer que compartilham as suas preocupações sobre o
casamento e a paternidade homossexual. “Muitos de nós lutam com a sua própria
sexualidade por causa da influência do ambiente em que cresceram”, conta Dawn.
Ela
lamenta a forte restrição de liberdade de pensamento que se verificou no seu
país após a aprovação do casamento gay. Posicionar-se de forma contrária pode
gerar consequências disciplinares, demissão ou perseguições por parte do
governo.
Mas
as palavras mais fortes do seu livro são aquelas que narram as experiências que
viveu na infância. “Nas famílias homossexuais, as crianças negarão com
frequência a própria dor e fingirão não sentir falta de um pai biológico,
sentindo-se pressionadas pelas políticas que circundam as famílias LGBT a se
exprimir positivamente. Quando as crianças carecem de um pai biológico por
morte, divórcio, adoção ou reprodução artificial, experimentam um vazio
doloroso. É o que acontece também quando o nosso pai gay traz para dentro da
nossa vida o(s) seu(s) parceiro(s) do mesmo sexo, que nunca poderá substituir o
genitor biológico”, escreve Dawn.
As
crianças têm naturalmente a necessidade de ter uma mãe e um pai – e têm o
direito a isso. Dawn diz que “as mães e os pais contribuem com dons únicos e
complementares à formação dos filhos. O sexo dos pais conta para um
desenvolvimento saudável dos filhos. Nós sabemos, por exemplo, que a maior
parte dos homens que estão presos não tiveram um pai por perto. Os pais, por
sua natureza, asseguram identidade, dão direção, disciplina e limites e
constituem um exemplo para os filhos, mas não podem gestá-los no próprio ventre
ou amamentá-los. As mães criam os filhos de uma maneira única que não pode ser
substituída pelo pai.”
Dawn
afirma ser uma das seis adultas criadas por pais gays que recentemente
apresentaram à Suprema Corte norte-americana uma advertência solicitando que
seja respeita a autoridade dos cidadãos em manter a definição originária do
casamento, de modo que os filhos possam ser educados por seus próprios pais
biológicos ou por quem de fato possa lhes substituir.
Leia também [ aqui ]