terça-feira, 2 de outubro de 2012

Jean-Jacques Rousseau, filósofo político e educacional e a Suficiência das Escrituras



“Digo ainda mais, que a suficiência das Escrituras me deixa pasmo de admiração, na medida em que a pureza do evangelho exerce a sua influência sobre o meu coração.

Investiguemos as obras dos nossos filósofos, como todo o seu pomposo estilo e veremos quão mesquinhas, quão desprezíveis são elas quando defrontadas com as Escrituras! Um livro ao mesmo tempo tão simples e tão sublime poderia ser obra humana? Seria possível que o personagem sagrado, cuja história as Escrituras contêm, tenha sido, Ele mesmo, apenas um homem? Acaso descobriremos que Ele assumiu a pose de um entusiasta, ou de um sectário ambicioso?

Quanta pureza e quanta doçura em suas maneiras! Quanta graça contagiante em nos seus discursos! Quão grande é a sublimidade das suas maravilhas! Quanta graça contagiante nos seus discursos! Quão grande é a sublimidade de suas máximas! Quão profunda é a sabedoria de seus sermões! Que presença de espírito! Que sutileza! Quantas verdades há nas suas respostas! Quão grande era o controle sobre as suas paixões!

Onde está o homem, onde está o filósofo que poderia ter vivido e morrido como Ele viveu e morreu, sem manifestar fraqueza e ostentação? Haveríamos de supor que a narrativa do evangelho não passa de ficção? Na verdade, meu amigo, ela não exibe as marcas distintas da ficção. Pelo contrário, a história de homens como Sócrates, que ninguém presume por em dúvida, não é tão atestada como a história de Jesus Cristo.

Os autores judaicos eram simplesmente incapazes de e totalmente estranhos à elevada moral contida nos Evangelhos; as evidências da autenticidade são tão notáveis e invencíveis que um mero inventor seria um personagem ainda mais admirável do que seu herói!”

Fonte: Jean-Jacques Rousseau