quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Queda da Dilma: “Não diga “bem feito”, pois, a queda que veio sobre ela poderás receber também como juízo.”



É uma pena! Lamentável!

Não quero aqui mergulhar nas entranhas dos motivos da queda da Dilma, creio não ser o homem mais apropriado pra isso no momento, e, por esse motivo, abstenho-me de entrar nesse mérito. Mas, o que chamou muito a minha atenção nesse fatídico dia 31/09/16, foi ver a vibração eufórica de políticos e brasileiros exasperados com o desfecho da saída da Dilma da presidência da República.

Repetidas vezes disse que não sou PT e nenhum “P” partidário – e não sou mesmo –, mas, é claramente notável o ódio coletivo que abraçou o povo (políticos principalmente). Seja crime mesmo ou não que veio a culminar na queda da Presidente – agora definitivamente ‘ex’ –, não me interessa aqui, essa minha alocução é apenas sobre a indignação que tem coberto a nação, indignação esta que eu mesmo já senti em outras ocasiões onde proferi – ao invés de lamentar –, “bem feito” como julgamento e desejo de vingança para alguns.

Trocar a verdade pela injustiça é o que corrompe a gente profundamente. Na minha profissão, quantas vezes eu já disse um “bem feito”... Ninguém aqui está querendo passar uma de ‘super-santo evangélico’, de politicamente correto, de um ser demasiadamente justo, ou, fazer da causa exposta um discurso de bondadismo, mas, o disco ao invés de tocar a música do “que pena, que tristeza!”, toca a, “bem feito ele(a) mereceu!” Nosso desejo deveria ser pra torcer que ninguém mais sofresse a mesma condenação...

Hoje eu cansei de ler nas redes sociais a pateticidade em relação à saída da Dilma, pessoas vociferantemente alegres dizendo: “bem feito, vadia, perdeu o poder. Tachu querida!”. Quanto ódio camuflado pelo “chega do PT, chega da Dilma, basta!”

Lamentável esse sentimento de desejo de mal disfarçado de justiça, de democracia.

Ainda desejaram ardentemente que ela perdesse o direito de trabalhar em qualquer órgão por 8 anos, ou seja, já não bastassem a queda do cavalo, ainda queria que dita tomasse um coice. Quem diz “bem feito” está manifestando – mesmo que não queira admitir –, um desejo de vingança, uma vingança disfarçada também com a afirmação do: “ele(a) está colhendo o que plantou!”

Nunca diga “bem feito”, os “bem feitos” que saem de nossa boa é a manifestação esfuziante da derrota do outro. Nem contra os supostos inimigos – não deveríamos nem tê-los – se vale o “bem feito”. Jesus manda orar pelos inimigos e por aqueles que nos perseguem, como poderíamos vibrar com a derrota do outro, com a queda do outro? O alegrar-se com a desgraça alheia é perigoso demais, nos faz perversos. É pecado grave. É falta de prudência. É covardia. É desrespeito. É chamar a desgraça para própria vida.

Ou o amor de Deus é o âmago do meu ser ou ele não é nada na minha existência!

Hoje foi um dia triste, senti-me mal e em ver o mal. Vi pessoas criarem ‘memes’ felizes com a queda da ínclita Dilma, montarem vídeos caçoando, áudios, mensagens... Enfim, todos numa epifania catártica.

A dor de Jesus em relação a Judas não foi pelo fato dele tê-lo traído com dinheiro desviado, mas a dor do mal que ele (Judas) causou a si mesmo.

Caso semelhante o de hoje ocorreu no A.T. A nação de Israel fora destruída por outra nação devido os erros e pecados que transbordaram, e os seus inimigos passaram a alegrar-se a respeito daquela fatalidade, daquela desgraça que atingiu a Nação israelita, houve alegria entre os inimigos e passaram todos a dizer: “Bem-feito! Bem-feito!” Você mereceu isso! Tome! Mas Deus disse-os: “Não diga “bem feito” porque por aquilo que veio sobre eles, pois estarás oferecendo uma medida de juízo do qual você também será julgado.”

Cuidado, isso é loucura e insensatez, regozijar-se deixando que esse espírito do “bem feito” cresça em seu coração achando que isso não lhe trará nada. Deus não suporta tamanha mesquinhez. Ele pode punir com severidade quem age assim.

O tempo passa, o mundo gira, as coisas se movimentam, a terra começa a produzir aquilo que nela foi lançada e, inesperadamente o que você plantou colherá. Você toma conhecimento que começou a colher os frutos da semeadura, começa a passar pelo pior processo da vida.  

Quem semeia vento, colhe tempestade” (Oséias 8.7). Esse é o processo natural para qualquer pessoa que prejudica outra com o “bem feito”: colhe o que planta!

Aliás, Paulo termina: “Tudo que o homem plantar, é exatamente isso que ele ceifará.”

Meu desejo é deixar que a graça de Deus os ilumine.

Estais de pé? Cuide pra não cair!

Que Deus abençoe a nação, a Dilma e você!

Rubens Júnior
01/09/16