Hoje, soliloquiamente me veio a memória um fato
que ocorre a todo tempo, em todo mundo, em todas as culturas; que é o problema
da INVEJA.
A INVEJA é um dos maiores males existenciais, é
uma das maiores provas da mesquinharia humana e da falta de um espírito de
autocontentamento. O invejoso persegue o invejado sem que o mesmo saiba. Este,
sem saber, sofre desse mal sem ter qualquer culpa por ter sido invejado.
De fato, a INVEJA é uma doença do caráter,
apodrece a alma, dissolve o ser, cauteriza a mente...
Nesse ‘status quo’ onde a inversão de valores anda a todo vapor, anda exacerbada nesse mundo
onde ‘É quem se tem’, na medida em que coisas ou qualquer outra natureza são adquiridas,
cresce a INVEJA que parte daquele que não tem princípio básico de vida. Por isso
que ela – a INVEJA –, além de ser (1)um perverso sentimento em relação ao
outro, é também (2)um não-conhecimento
de si próprio.
Por isso não é raro, mas frequente, que todas
as vezes que você olhar para uma pessoa com preconceito, raiva, ira, ironia e
etc., todos esses defeitos têm a ver apenas com você. Sim, com você! Talvez a
projeção, sucesso e o progresso que almejava obter, percebida e encarnada no
outro, que gera em você esse desconforto todo, porque, é justamente a parte que
você mais queria ter e não teve, que o outro mais escracha. E de fato, você não
gosta ‘não é do seu outro (o invejado)’, você não gosta é de você, visto
escrachadamente no outro.
Por isso que eu disse que a INVEJA é um
problema de “um não-conhecimento de si”. Quem
sabe ‘quem se é’, sabe que não se deve desgostar de si mesmo, fazendo mal a
si mesmo. Por isso que Provérbios diz que “a INVEJA apodrece os ossos”, ela faz mal, ela nos aniquila, ela perverte o
ser.
Rubens Júnior
Rubens Júnior