Jeremias escreve num contexto onde homens achavam serem sábios demais, achavam que seus atos não os trariam repentina condenação, cada um fazia o que bem queriam. Rolava de tudo... Traições, tramoias, adoração a ídolos e usavam de suas forças, persuasão e poder, achando estarem vivendo com sabedoria e que o Soberano Deus seria ameno, fazendo vista grossa a todas suas atitudes.
O livro Provérbios diz que “a soberba (orgulho) precede a ruína, e a
altivez do espírito precede a queda” diz Salomão (Pv 16:18). Pra cair numa
desgraça, à pessoa precisa ‘endiabrar’ sua alma de soberba, arrogância, exaltação e glorificação de si mesmo e depois
com resultado, a ruína e a queda viriam. Eles deveriam deixar de se ‘auto promoverem’, de serem donos de si,
para que os planos de Deus se reestabelecessem neles.
Mas Deus os alertou mostrando outro meio de
serem absolvidos e aliviados com paz. Foi então que Jeremias lança a sentença da
parte de Deus mostrando qual deveria ser a real motivação a atitude de um povo
que precisava sair e abandonar a vida que viviam: A orientação de Deus é não abandonarem o orgulho, mas mudarem o tipo
dele.
“Não se
glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se
glorie o rico nas suas riquezas. Mas o
que quiser se orgulhar, orgulhe-se nisto: em me conhecer e
saber que eu sou o Senhor...” (Jr 9:23,24)
Sim, me orgulho em conhecer ao Senhor e saber
que Ele é Deus.
Confesso, irmãos(as) e amigos(as), é tão
difícil deixar esse orgulho de lado, tão difícil passar um dia se quer sem Ele,
sem aprender mais, ainda que minha cabeça doa e minha própria consciência diga:
Chega por hoje, já não entendo mais, meu cérebro não consegue entender tanta
complexidade de retidão, justiça e amor. Repito as palavras de Paulo quando
tentou entender a soberania salvadora de Deus, quanto tentou entrar por um
caminho e tentar entender a mente de Deus: “...quem entenderá a mente do Senhor?”, diz ele sem entender nada mesmo
do que falou.
É difícil não orgulhar-se em Jesus dado seus
lindos mandamentos, pois, nenhum deles “são
penosos” (I Jo 5:3). Não consigo deixar de ser orgulhoso!
Não consigo deixar de orgulhar-me nesse Deus (não
nesse deus que você aprendeu quando criança) – “(...)fulano(a), cuidado que
Deus castiga” – não é nesse deus que estou me referindo, me refiro ao Deus que
me de sentido à vida a anos atrás quando me decidi por Ele, a Esse que mesmo
longe das 4 paredes institucionais (do qual chamamos de Igreja mas Ele vê
apenas como “templos feios por mãos de homens”), nunca deixou de latejar minha consciência
a cada dia que eu passava pela minha estante de livros e os via ali, quase
empoeirados. Você não imagina!
Nesse Deus que não me deixa ter uma vida de
sossego se não for lendo, orando, buscando, falando, pregando, escrevendo,
atendendo pessoas e principalmente ouvindo... É desse Deus que estou dizendo!
Consegue me entender?
Eu sei, sei perfeitamente que isso é loucura,
espanto. Sabe o endemoniado gadareno quando foi liberto e depois chegou vestido
e arrumado em sua aldeia? Sabe o impacto que as pessoas que outrora o via
acorrentado? E os judeus perplexos ao ver Saulo tornar-se Paulo e chocados
dizendo: “não era esse que antes assolava a igreja agora está pregando o
evangelho da salvação?” Sim, estou adorando ver pessoas perplexas comigo...
Sabe o que sinto? Orgulho! A final de contas, são mais de 15 anos nessa batida
latejante!
Desse Deus que pela força do seu poder fez tudo
e, tudo que neles há. Difícil deixar de orgulhar-me Nele que me manda a DOR
como megafone do seu amor, pois, sem dor, seria como um leproso e vegetaria. A
dor é o megafone que sempre me fez acordar, refletir, mudar... Ele sabe onde
mexe comigo e isso me orgulha ainda mais porque sei que esse “azar paulino”
(Paulo era um “azarado”), ocorre particularmente entre eu e Deus e existe um
mistério que só eu e Ele sabemos. Você não vai entender. Estou orgulhoso disso!
Automaticamente é instalado o orgulho no ser
que sabe que Seus planos são planos bons;
que Ele se doou, que Ele me fez – ainda que irreconhecível a muitos, mas
conhecido diante dEle – nova criatura, que
me faz a cada amanhecer um novo ser em mudança de mente, em metanóia. Que me
massacra a mente de neuroses espirituais, para que com meus esforços de busca, passe
de alguma forma a entendê-los... É impossível não me orgulhar, visto que esse amor nos constrange... Paulo já dizia!
Não dá... Sou um homem orgulhoso! Não tem
jeito!
É o único orgulho santo que existe; é
conhecer-te, ó Deus!
Orgulho-me em ter aprendido a liberar perdão
e a dizer: “tá todo mundo perdoado, e,
por favor: perdoem-me!” É bom orgulhar-se e não colocar minha esperança nem
em carros e nem em cavalos, mas nEle.
É bom saber Ele é a videira e verdadeira
e eu sou apenas um dos ramos...
É bom demais orgulhar-me em Jesus pra quem o
mundo não foi digno; o maior macho que já pisou nessa terra, mas que não precisou
sair por aí no tapa com ninguém pra mostrar sua macheza, antes, disse: “se te ferirem a face, oferece o outro lado”.
Desse homem/Deus eu me orgulho!
É impossível deixar de ser um orgulhoso –
ainda que eu quisesse - sabendo que nada, absolutamente nada, poderá me separar do amor de Deus que está
em Cristo Jesus...
Sinto que morrerei assim, orgulhoso!
Foi ele quem disse que os que viessem até Ele
de maneira nenhuma o lançaria fora, e
que eu não poderia conhece-lo, se o Pai
não tivesse antes me entregado a Ele. É de se orgulhar que sendo Sua ovelha,
se por acaso eu vier a perder-te, ele tem
o poder de me tornar a toma-lo, pois esse mandato ele recebeu do Pai.
Vivo livre, sem acusações, pois, quem poderá me acusar? É Deus quem me
justifica! Ando perdoado até pelos pecados que irei cometer no futuro mesmo
não querendo. Fui justificado pela fé
e isso não foi uma brincadeira, foi com sangue e morte envolvida, e morte de
cruz, não tem mais volta.
Tenho um
advogado que legisla em minha causa, que é só confessar a Ele de coração
limpo que Ele é fiel e justo pra me
perdoar de todo pecado. Orgulho-me de ter um pastor, O bom pastor que foi entregue com uma ovelha indo ao matadouro. Diz se não é preciso gloriar-me?
Você é orgulhoso(a) assim também, ou só eu
morrerei assim, nessa loucura? Não, eu sei que, tem um ‘montão’ de
orgulhosos(as), de irmãos(as) que suas palavras não titubeiam e não coxeiam entre dois pensamentos, sei
que suas palavras são Sim ou Não.
Sei que também você tá dizendo: “Sim, sou
também um(a) orgulhoso(a)!”
Paz
Rubens Júnior
Campos/RJ
14/11/15