terça-feira, 17 de novembro de 2015

Às vezes é melhor usar o bom-senso silencioso do que a palavra sincera


Às vezes é melhor usar o bom-senso silencioso do que a palavra sincera (sinceridade). Em sua maioria, sincerismos demais estraga as coisas, mina, mata...

Não houve ninguém mais sincero do que Jesus, mas ele mesmo disse que “ainda tinha muito que dizer, mas vós não podeis suportar agora” (Jo 16:12).

Há coisas que o bom-senso deve determinar quando é que a sinceridade vai ser edificante ou somente homicida. Tem pessoas que não estão preparadas pra ouvir qualquer coisa, temos de ser sábios e aquietar-se, silenciar-se pra não matar pessoas que dizemos amar.

Determinadas coisas não podemos dizer pra crianças, pra adolescentes... Existem determinadas coisas que não posso conversar com certos amigos, há amigos pra algumas coisas e amigos pra outras. Não adianta eu passar uma régua e uniformizar a maturidade humana por que isso é uma utopia, ela não existe.

O que existem são pessoas que, em nome da sinceridade usam a mal-educação, pois, geralmente os que se dizem sinceros são verdadeiros mal-educados, imprudentes e sem amor, o sincero de verdade não diz que é sincero, ele é. Estes dizem: “o que vem na cabeça eu digo mesmo e expresso mesmo e acabou...”, aí, nessa volúpia de dizer o que vem na cabeça, acaba ferindo pessoas.

Todos estes que, em nome da sinceridade praticam o sincerismo definido por esse homicídio de, “verdade sem amor” ou então, de ‘des-importâncias factuais’ com as quais pro outro pode ter um peso esmagador e desnecessário... pois, sinceridade anda junto com amor e principalmente com sabedoria.

Já pensou se eu expressasse todos os meus pensamentos? Quantas vezes eu estou na minha ouvindo uma pessoa falar e pensando ao mesmo tempo: “Meu Deus como essa pessoa é idiota, ingênua, burra... tenha misericórdia...

Sobre tudo, lembre-se: A sinceridade não tem o poder de transformar nada em verdade. Você pode ser “sinceramente equivocado” ou então, seguindo ideias e pessoas “sinceramente perdidas”.

A escolha é sua. Eu resolvi me calar neste momento, justamente por (1)seguir a Jesus e (2)amar pessoa(s).

Sobre o calar-me e silenciar-me, recomendo essa extraordinária leitura:

"Alguém poderia questionar que seria bobagem considerar o silêncio como não-resposta, ou não-reação , que seria um equívoco pensar que tudo tem de ser expresso em palavras, pois as palavras, não raro, nos fazem retornar aos silêncios arrependidos, não vai ser gritando descontroladamente que a coisa se resolve, é sabendo vivenciar o silêncio inicial doloroso que vai poder gozar posteriormente de um silêncio libertador, então lhe diriam que o melhor a fazer é se calar e esperar que todos esqueçam o que você fez que não lhes agradou; Mas digo, porém, que seria mais tolo tentar calar o que está gritando por dentro e te consumindo, a bem da verdade, certos silêncios gritam de forma a incomodar a muitos, mas certos gritos são como um sussurro da alma para os que tem a capacidade de lhe entender, então, penso que talvez devemos fazer ecoar o nosso grito de ‘independência ou morte’ muitas vezes abafado por nossos temores, contidos num silêncio mortal, devemos abrir o peito e nos permitirmos à liberdade que tem sido sufocada por nossos temores reclusos.
 
Às vezes o silêncio é a melhor resposta, especialmente quando as palavras já se esgotaram e, ao invés de compreendidas, elas foram interpretadas. Quando o agir em nada resulta e o falar ecoa no vazio, a solução está em aquietar-se e lembrar que há um Deus que tudo rege.

Não é bom que toda verdade revele tranquilamente a sua essência; Na dúvida, escolha o silêncio... Ele incomoda, chateia, irrita, não gasta suas energias e ainda por cima preserva a sua imagem.

Repare bem no que não digo e saberás que sou eu.

Existe no silencio uma tão profunda sabedoria que às vezes ele se transforma na mais perfeita resposta." - autor DESCONHECIDO