Contentamento é
felicidade. Porém, contentamento não é satisfação de ter algo ou alguma coisa,
mas de ser. Se contentamento tivesse no possuir sua realização, ele jamais se
realizaria. O contentamento só é possível porque ele se realiza em ser, não em
ter.
“(...)nada
tendo mas possuindo tudo.” (II Co 6:10)
Por isso, quem busca contentamento no ter, no possuir, no poder dizer “é meu” olhando para algo ou alguém, morrerá frustrado, posto que, sempre desejará mais, e também porque descobrirá que a alma não “come” as mesmas coisas que alimentam os olhos e o desejo de se sentir dono.
Você é uma pessoa contente? Contente com a
família que tem, com a casa que mora, com a comida que come, com o corpo que
tem? O contentamento tem muito mais a ver com a atitude interior do que com as
circunstâncias exteriores.
“Porque
nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo,
porém o sustento e com que nos vestir, estejamos com isso contentes.” (I Tm 6:7,8)
Há muitas pessoas que têm saúde, dinheiro e
conforto e mesmo assim andam insatisfeitas. Há outras que estão desprovidas até
das coisas mais básicas e estão contentes. “(...)
contentai-vos com o vosso soldo (salário).” (Lc 4:13)
Nosso contentamento é resultado de sabermos
que Deus está conosco sempre e ele é poderoso para suprir cada uma das nossas
necessidades.
“(...) não
me dês nem a pobreza nem a riqueza; mas dá me só o pão que me é necessário, para
que, porventura, de farto não te negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecendo,
venha a furtar e lance mão do nome de Deus.” (Pv 30:8,9)
Paralelo ao texto de Pv 30:8,9, temos Tg 1:9 a 12 onde claramente o pobre na sua pobreza poderia distanciar-se de Deus pela sua escassez, e o rico a mesma coisa, gloriava-se de que com sua riqueza estava próximo de Deus. FOI aí que Tiago dá uma espécie de "sossega leão" em ambos e diz que o pobre tinha de gloriar-se na sua pobreza, pois ele tinha uma alta posição diante de Deus, não dos homens. E o rico deveria aquietar-se na insignificância das suas riquezas, pois, para Deus a riqueza nada é.
O contentamento é uma alegria indizível e
cheia de glória, dada pelo próprio Deus, que nos capacita a viver feliz mesmo
diante da escassez. É melhor, portanto, ser um pobre rico do que um rico pobre;
é melhor ser contente do que viver com o bolso cheio de dinheiro, mas com o
coração atormentado pela dor.
“(...) Seja
a vossa vida sem avareza (ganância), contentando-vos com o que tendes;” (Hb 13:5)
Isto é estar em Cristo no existir!
Paulo é um discípulo explicito dessa experiência existencial. Veja o que ele diz, escrevendo de dentro de uma prisão algemado e ferido:
“Alegrai-vos sempre no Senhor... Aprendi
a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como
também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência,
tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso
naquele que me fortalece.” (Fp 4:12)
Rubens Júnior
Campos/RJ
23/12/15
