segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Você tem orgulho de dizer que é Brasileiro?



Eu sempre posicionei-me como alguém que nunca teve muito apreço pela nação, aquele apreço de dizer: “Eu, sou brasileiro, com muito orgulho e com muito amor!”. Sendo desse jeito, eu poderia dizer que não sou um nacionalista xenófobo, um bairrista desvairado. Eu apenas nasci nesse pedacinho de terra que resolveram a poucos mais de 500 anos atrás colocar o nome de Brasil por causa de um “pau”, poderia ser outro nome, poderia ser o seu nome, poderia ser em outro lugar, mas, aprouve ao prazer da circunstância divina que eu nascesse aqui, nesse lugarzinho pequeno, face a imensidão do universo. Não posso gloriar-me de dizer que sou brasileiro, a grandiosa corrupção escandalosa aqui me dá desgosto, aos ódios, aos fratricídios, o não-acolhimento, o não-respeito, o desamor... Não, eu não tenho orgulho de ser brasileiro, sou apenas um cidadão que nasceu aqui. Sou cidadão da eternidade, sou peregrino, uma espécie de cigano de Deus...


“Mas como não sois do mundo, antes, dele vos escolhi, é por isso que o mundo vos odeia.” (Jo 15:19); “Mas a nossa pátria está no céu, onde esperamos o salvador...” (Fp 3:20)


Segue um lindo texto que faço a questão de apresentar-vos:
 
“Sempre fui simpático com o sentimento nacionalista, com um ufanismo regrado, amor à pátria. Após alguns anos onde o tempo me rouba a juventude, mas me oferece entendimento não pragmático, começo a ver esse amor a uma bandeira algo um tanto doente. Acho que na história da humanidade deixou-se essa 'humanidade' de lado unicamente por fazer verter sangue por certa pátria. Sequer vou comentar como esse patriotismo anabolizado fez estragos na humanidade. Digo isso vendo como fronteiras falam mais alto que direitos do homem, o direito de viver. O mundo é de todos. Não vejo um Brasil de brasileiros ou uma Inglaterra de ingleses, mas pedaços de terra que pertencem a raça humana. É mais algo de uma transcendência e entendimento de que todas as nações pertencem a todos os povos. De que cada homem e mulher, velho e criança poderiam escolher o lugar em qual viver e que todas as nações juntas lutariam pelo bem não de seus cidadãos, apenas, mas pelo bem-estar de uma raça sem distinção entre cor, sexo, religião... Acho que tenho espremido demais meus neurônios em busca da grande panaceia para o mundo. Uma utopia. Interessante que a esperança de cada seguidor de Cristo é no estabelecimento do seu Reino, onde os muros cairão e haverá apenas um governo, um Rei e uma nação: todos as nações. Vale a pena delirar nessa utopia por fim.”